O tempo não apagou...

Esta semana estive comparando os métodos de educação do nosso país.
Comecei a partir do meu lar, meu pobre e maravilhoso lar. Todos pequeninos, pés descalços, roupas surradas, mas com atenção redobrada.
Nos reuníamos ao redor de um fogão a lenha quase  todas as noites. Ali ouvíamos de meus pais as mais divertidas estórias e histórias que refletiam a realidade vivenciada por eles.
Aos poucos o olhar severo de meu pai e a serenidade de minha mãe ia aos poucos descortinando em nossa frente.
Éramos seis. Seis crianças com sede de aprender.
Não havia lápis, borracha ou caderno, mas adorávamos aquelas "aulas" de cidadania e valores.
Aprendi como era a agricultura no tempo dos meus pais. A vida dura no campo. As longas cavalgadas do meu pai para levar animais de um lado para outro. Os perigos da noite. Os males causados pelo álcool.
Os contos de assombrações. As diferenças culturais entre meu pai e minha mãe, mas que pouca importância tinha, pois tudo era amor.
Por outro lado não pude deixar de comparar a outra escola. Aquela que entramos com objetivo claro de formar mão-de-obra para atender o mercado de trabalho. Aquela enfileirada. Sem sorrisos. Sem alegria e que pouca coisa restou.
Dessa escola guardo o rancor, a desigualdade, a falta de visão e de amor ao próximo.
Essa me castigava. Cobrava e ao mesmo tempo não satisfazia minhas necessidades.
Não sou capaz de derramar uma lágrima se quer por ela, mas pela outra seria capaz de chorar todos os dias.
A escola da beira do fogão a lenha mostrou para mim o que é a vida e como ela precisa ser vivida.
Parabéns aos pais que arrumam tempo para contar histórias e estórias aos seus filhos, pois essas eles jamais esquecerão.

Até Breve

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