O que diz a Bíblia sobre preservação ambiental...
Para Gore (1993), no Ocidente, alguns acusam
incorretamente a tradição judaico-cristã de ter permitido que a civilização, em
seu avanço implacável, dominasse a natureza, começando pela história da
criação, no Gênesis, quando é concedido à humanidade o domínio sobre a
Terra. Em sua forma básica, a acusação é a de que nossa tradição atribui
propósitos divinos ao exercício de um poder, praticamente absoluto, de impormos
nossa vontade à natureza. Alega-se que, ao contemplar os seres humanos com uma
relação inigualável com Deus e a eles delegar autoridade divina sobre a
natureza, essa tradição considera éticas todas as escolhas que dão, às
necessidades e desejos humanos, prioridade maior que ao restante da
natureza.
Em poucas palavras, desse ponto de vista, é ético garantir
que, sempre que constitua um estorvo para conseguir o que desejamos, a natureza
saia perdendo.
Essa, porém, é uma versão caricatural da tradição judaico-cristã
e pouca semelhança tem com a realidade. Os críticos investem contra a religião,
pois ela inspira uma atitude arrogante e impiedosa em relação à natureza, mas
nem sempre leem os textos pertinentes com a devida atenção. Embora
inegavelmente a civilização tenha sido construída sobre a premissa de que
podemos usar a natureza para nossos próprios fins, sem pensar no impacto que a
ela causamos, não é justo acusar qualquer uma das principais religiões de
incentivar essa atitude perigosa. Na verdade, todas impõem uma responsabilidade ética
de proteger a integridade do mundo natural e por ele zelar (GORE, 1993, p.
267).
Não é possível dissociar natureza de humano. Deus criou o
homem a partir do pó da terra, e ela está tão presente em nossas entranhas que
seria impossível dissociar homem e natureza.
Como posso dizer que amo a Deus se não amo os recursos criados
pelo Criador? Infelizmente, durante muitos anos, para a humanidade, o divino
estava focado somente no homem social, homem econômico, mas a Bíblia não faz menção
somente à salvação de um ser caído. Um ser pecador e merecedor da misericórdia
divina. O pecado não se refere apenas àquele cometido contra o seu semelhante,
mas também contra a natureza.
Apocalipse 11:18, o profeta João alerta que as
nações se enfureceram, que a ira de Deus havia chegado e o tempo determinado
para serem julgados os mortos, para se dar o galardão aos servos, aos profetas,
aos santos e aos que temem o nome do Senhor, tanto os pequenos como os grandes,
e para destruir os que destroem a terra. O livro de Apocalipse, para
muitos teólogos, é um mistério e determinadas passagens não podem ser
interpretadas da forma como se lê; porém, o trecho grifado não deixa dúvidas.
Deus virá para destruir os que destroem a terra. E, para nós, apenas essa
afirmação basta.
Gore (1993, p. 269) nos diz: "Como pode alguém glorificar
o Criador enquanto desrespeita a criação? Como pode alguém ser humilde perante
o Deus da natureza enquanto a destrói?.
No livro de Números 35: 34 está escrito: “Não
contamineis, pois a terra na qual vos habitais, no meio da qual eu habito; pois
eu, o Senhor, habito no meio dos filhos de Israel”.
Poderíamos ter poupado recursos naturais se a exploração
fosse praticada de forma racional. Será que é realmente preciso chegar à beira
do caos ecológico para que o homem tome consciência e admita que ele próprio
foi o grande causador da extinção de uma infinidade de espécies?...
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