Ilhas de calor, lixo, doenças por veiculação hídrica

Nos últimos cem anos, houve um avanço tecnológico sem precedentes na história da civilização. Energia, aparelhos eletroeletrônicos, meios de transporte avançados, ruas asfaltadas, cinema, rádio, fogão, computador, Internet etc. As cidades cresceram e se transformaram em grandes metrópoles, agora com shoppings centers proporcionando um maior número de espaços comunitários aos citadinos, que passam a se concentrar em pequenos locais.

As informações não param de chegar a todo instante e precisamos processá-la o mais rápido possível, o que não é tão fácil, principalmente em função da avalanche despejada todos os dias pelos meios de comunicação, seja no ambiente de trabalho, em nossos lares ou nos lugares por nós frequentados.

A concentração fundiária forçou o camponês a procurar novos meios de subsistência. Desta forma, o processo de industrialização e todos os aparatos tecnológicos exerceram uma forte atração, levando um grande contingente populacional a se deslocar rumo às cidades. À medida que estas

cresceram, os espaços ficaram cada vez mais restritos e a elite mais abastada, que pode pagar o preço do metro quadrado, passou a ter direito a serviços urbanos de qualidade.

As cidades incharam e passaram a crescer verticalmente, aumentando os problemas em função da poluição causada pela circulação de veículos que liberam uma grande quantidade de monóxido de carbono para a atmosfera; além disso, os prédios criaram verdadeiras ilhas de calor, agravando os problemas por não permitir a circulação do ar.

Restou, para o ex-camponês, apenas a periferia sem rede de esgoto, iluminação, ou coleta de lixo, acentuando os problemas de doenças tanto por veiculação hídrica, quanto pela falta de higiene.

A pobreza e a miséria crescem vertiginosamente, e as estruturas urbanas não conseguem acompanhar o ritmo alucinado do crescimento.

As áreas agrícolas deveriam ser estudadas antes de qualquer ocupação a fim de se verificar se aquele local tem condições ambientais para suportar determinadas culturas que exigem muito do ambiente, ou animais que necessitam um determinado espaço para o seu desenvolvimento, pastagens, água etc. O que diz a Bíblia sobre a capacidade de suporte do solo?

"Saiu, pois, Abrão do Egito para o Neguebe, ele e sua mulher e tudo o que tinha, e Ló com ele. Era Abrão muito rico; possuía gado, prata e ouro. Fez as suas jornadas do Neguebe até Betel, até ao lugar onde primeiro estivera a sua tenda, entre Betel e Aí, até ao lugar do altar, que outrora tinha feito; e ali Abrão invocou o nome do Senhor. Ló, que ia com Abrão, também tinha rebanhos, gado e tendas. E a terra não podia sustentá-los, para que habitassem juntos, porque eram muitos os seus bens; de sorte

que não podiam habitar um na companhia do outro" (Gênesis, capítulo 13: 1 a 6).

Notem que sabedoria possuía Abrão. Ao perceber que a terra não poderia suprir as necessidades dos animais, nem as deles, sugere que os dois se separem. Sem entrar no mérito da questão, se Abrão fez essa proposta em função das brigas entre os pastores de Ló e os seus, percebemos que essa decisão foi muita sábia...