A fragmentação da temática ambiental como resultado da formação do professor

O parecer 226/87, do então Conselho Federal de Educação, indicou o caráter interdisciplinar da Educação Ambiental, recomendando a disseminação de Centros de Educação Ambiental no País. Na prática não é o que temos presenciado, pois, segundo Bortolozzi em sua tese de doutorado em Educação Ambiental, através de pesquisa de campo e de várias entrevistas com educadores, constatou-se que a temática ambiental é tratada de uma forma fragmentada, principalmente em função da baixa qualidade do Ensino e também como resultado da própria formação acadêmica do professor, fragmentada devido a sua falta de conscientização ambiental.
Ainda segundo a autora (BORTOLOZZI, 1997, p.167), os professores, ao trabalharem apenas aspectos parciais da realidade, com um nítido enfoque conservacionista dos recursos
naturais, numa visão ecológica bastante reducionista, o homem não é visto como parte integrante da mesma natureza, revelando a fragmentação de suas atividades à temática ambiental. Problemas complexos são abordados com atividades simplistas, tais como coleta seletiva de lixo, plantio de árvores e hortas, não havendo portanto uma discussão ampla com os alunos e comunidade, ignorando, portanto, causas e efeitos.
Para que a problemática ambiental seja realmente compreendida é preciso práticas integradoras e mais abrangentes no ensino. Se a técnica não estiver relacionada com os fatos
históricos, sociais e culturais, não é possível formar um cidadão criativo, capaz de encontrar soluções...

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