Todos temos direito a uma educação emancipadora


      Por outro lado o poder público não tem dado condições para que os educadores promovam a educação ambiental em todos os níveis, pois faltam centros de educação ambiental equipados para formar educadores na área, tais como a criação de núcleos de educação ambiental nas universidades. A comunidade quase nunca participa de fóruns de educação ambiental e as poucas experiências que temos visto ainda são muito acanhadas para um país do porte do Brasil.
A sustentabilidade precisa ser discutida em todas as instâncias. Para tanto precisamos fortalecer o direito a uma educação emancipadora e ao mesmo tempo universal. Uma educação que universalize o acesso às informações e que possibilite articulá-las e organizá-las.
De acordo com Morin “Para articular e organizar os conhecimentos e assim reconhecer e conhecer os problemas do mundo é necessária a reforma do pensamento”. (MORIN, 2003, p. 35). 
Precisamos partir do campo do raciocínio abstrato, compartimentado, desconectado para o campo da conectividade e da ação.
Aprendemos e ensinamos, separadamente. Entre tantas outras disjunções, separamos a razão e o sentimento, o sujeito e o objeto, o social e o natural, o indivíduo do coletivo e, dentro dos currículos escolares, observamos, ainda disjunções entre os conceitos construídos pelas ciências sociais e pelas ciências naturais. Mas a problemática ambiental que hoje enfrentamos nos remete a pensarmos, no mínimo, sobre uma realidade que é social e ambiental; que
não pode ser pautada na separação do sujeito e objeto; que necessita mobilizar razão e sentimentos.
(VIÉGAS; GUIMARÃES, 2004, p.59).

Cada vez mais, a educação ambiental tem sido reconhecida com um aspecto fundamental na construção de um mundo mais justo e equilibrado, já que ela não só é importante como
mecanismo de conservação e preservação da natureza, mas também como meio para formar cidadãos que passem a exigir justiça social, cidadania nacional e planetária.
Entretanto, de acordo com Martinelli, os sistemas educacionais vigentes fragmentaram o conhecimento e dissociaram o aspecto físico e material dos aspectos emocional, intelectual
e ético da personalidade, o que compromete seriamente o desenvolvimento integrado das potencialidades humanas. Para a autora, educar não é apenas formar indivíduos tecnicamente capazes e com modos civilizados, mas conduzir energias e estimular o desejo de aprender, desenvolvendo no aluno todos os níveis de sua personalidade, fortalecendo o caráter e estimulando a criatividade. (MARTINELLI, 1998).

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