REFLEXOS DE UMA CIVILIZAÇÃO DECADENTE

PRESERVAR É PRECISO

Quem dera pudéssemos voltar ao tempo.
Feche os seus olhos por um momento.

Você vai viajar.

Ano, talvez 1500, ou quem sabe 1600.
Neste exato momento você irá aportar.
Olha os montes, admirado, os vales, e as colinas, cobertas por um verde exuberante.
No horizonte, o brilho intenso das águas refletem o céu com uma nitidez tamanha e logo aparecem formas de vida estranha que seguem o balanço das ondas do mar.

Como num abrir e fechar de olhos aparece um povo estranho.
Pele morena, cabelos pretos deitados sobre os ombro
Com muitas arte e manha conhecem a floresta como ninguém.

Nunca foram à escola, não tiveram aulas de ecologia.
Não aprenderam geografia, não sabem o que é ecologia, muito menos economia, mas conhecem a floresta como ninguém.
Caçam e pescam apenas para o seu próprio sustento.
Sabem que em suas aldeias não faltará alimento.
Observam os pequeninos a banhar num rio de puras águas que segue seu destino certo, orientado de perto pelas terras que o cercam caminhando em direção ao mar.
Eis que nesse exato momento, sem muito conhecimento alguém se coloca a explorar.
Nestas terras que parecem infindas, deve haver muitas minas e muito ouro a se encontrar.
Veios e mais veios são abertos e a terra passa a sangrar.
Árvores frondosas, de madeira cor de rosa passam a derrubar.
Carregamento e mais carregamento, sai aos poucos e neste momento, os barcos se põem a velejar.
A busca desenfreada pela pedra dourada deixa a água contaminada, sem condições de usar.
A água que era clara, não reflete sua “cara”, pois o mercúrio ocupou seu lugar.
O que será da minha terra, sua pele que tão lindo era, começa a rachar.
O vento agora sopra com um vigor intenso, e em poucos momentos, soterrou rios imensos que corriam para o mar.
    O que aconteceu com aquele povo estranho que         apesar de possuir poder tamanho agora vai se mudar.
Doenças e mais doenças, passa a ser sua sentença por tudo acreditar.
O calor é intenso e você só sente o vento que carrega sedimento em direção ao mar.
As noites agora são mais frias, a terra está vazia e as poucas árvores que resistiam acabam de secar.
Se esta geração passar, o que será que vai sobrar?
Talvez um monte de garrafas vazias, ou quem sabe chips que um dia foi a glória e a agonia dos internautas que se punham a navegar.

Quem sabe esse texto, seja só um sonho, de um povo que desperta e passe a ficar alerta e comece a preservar.

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